Após a incrível vitória da farroupilha na Batalha do Seival, Netto e a tropa se recolhem ao Campo dos Menezes para descanso e recuperação.

Na manhã seguinte, Netto estava pensativo pois tinha uma forte ideia na cabeça. Só que não queria fazer sem consultar a decisão do comandante máximo Bento Gonçalves, mas tinha muitos apelos dos liderados, principalmente Manoel de Oliveira e Joaquim Soares.

E a bem da verdade, ainda estava tomado pelo entusiasmo e pelo ímpeto do triunfo, então Netto forma as fileiras com os soldados restantes e dá a ordem do dia para Coronel Joaquim Soares ler:

Bravos companheiros da 1ª Brigada de Cavalaria!

Ontem obtivestes o mais completo triunfo sobre os escravos da Corte do Rio de Janeiro, a qual, invejosa das vantagens locais de nossa província, faz derramar sem piedade o sangue de nossos compatriotas, para deste modo fazê-la presa de suas vistas ambiciosas. 

Miseráveis! Todas as vezes que seus vis satélites se têm apresentado diante das forças livres, têm sucumbido, sem que este fatal desengano os faça desistir de seus planos infernais. 

São sem número as injustiças feitas pelo Governo. Seu despotismo é o mais atroz. E sofreremos calados tanta infâmia? Não, nossos companheiros, os rio-grandenses, estão dispostos, como nós, a não sofrer por mais tempo a prepotência de um governo tirânico, arbitrário e cruel, como o atual. 

Em todos os ângulos da província não soa outro eco que o de independência, república, liberdade ou morte. Este eco, majestoso, que tão constantemente repetis, como uma parte deste solo de homens livres, me faz declarar que proclamemos a nossa independência provincial, para o que nos dão bastante direito nossos trabalhos pela liberdade, e o triunfo que ontem obtivemos, sobre esses miseráveis escravos do poder absoluto.

Camaradas! Nós que compomos a 1ª Brigada do Exército Liberal, devemos ser os primeiros a proclamar, como proclamamos, a independência desta província, a qual fica desligada das demais do Império, e forma um estado livre e independente, com o título de República Rio-grandense, e cujo manifesto às nações civilizadas se fará competentemente.

Campo dos Menezes, 11 de setembro de 1836 – Antônio de Sousa Neto, coronel-comandante da 1ª brigada.

Então Netto em seu tordilho negro vai a frente das fileiras, ergue sua espada e brada: Camaradas! Gritemos pela primeira vez: Viva a Republica Rio-Grandense! Viva a Independência! Viva o exército republicano rio-grandense!

E aí então nascia a República Rio-Grandense! E como as notícias não corriam tão rápido naqueles idos, foi só em 06 de novembro de 1836 que Bento Gonçalves foi aclamado como 1º presidente, junto com quatro vices: Antonio da Fontoura, José Mariano de Matos, Domingos José Almeida e Inácio de Oliveira Guimarães.

Só que nessa pouco tempo antes disso, o Bento havia sido capturado na ilha de Fanfa. Então quem assumiu o posto foi Gomes Jardim que nomeou 3 ministros:

Domingos de Almeida para ministro do interior e fazenda.

José Pinheiro Cintra como ministro da justiça e estrangeiros

José Mariano de Matos, o mártir do Seival, como ministro da guerra e marinha.

E a primeira capital da nova república, a primeira capital farroupilha foi a cidade de Piratini.

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