Esses dias eu tive acesso ao livro Festança na Querência, de João Carlos D’Ávila Paixão Cortes, lançado em 1956. A ideia do Paixão organizar esse livro era pra trazer a população gaúcha pra mais perto do tradicionalismo.
Por isso ele organizou várias edições desse evento chamado de Festança na Querência e teve edições com mais de 20 mil pessoas entre participantes e público em geral.
São várias provas campeiras que o Paixão sugeriu pra serem adotadas pelo MTG nos eventos tradicionalistas. E enquanto eu lia, uma que me chamou a atenção foi a Penca do Copo D’Água.
Acredito que dificilmente essa prova foi repetida alguma outra vez em eventos tradicionalistas, mas vale muito a pena conhecer essa sugestão do Paixão.
Esclarecendo primeiramente que ‘penca’ de forma mais simples é uma carreira de cavalos. Então essa prova seria uma carreira segurando um copo d’água.
Segundo o Paixão, era bem comum se ouvir na campanha expressões como: “Meu cavalo tem um andar de carregar copo d’água” ou “Meu pingo tem um trote que é uma rede.” A gauchada usava essas expressões pra se gavarem que tinham bons cavalos e muito bem domados.
Então aproveitando isso, essa prova tinha a seguinte dinâmica. O gaúcho montado em seu cavalo encilhado, receberá um copo de água cheio até a boca. Então tem que fazer um percurso determinado em trote chasqueiro e devolver o copo à comissão.
Trote chasqueiro é aquele trote mais ligeiro, apressado. Não chega a ser um galope. Mas é ligeiro o suficiente por que quem entrega um chasque, tem que entregar rápido.
Se o peão mudar a andadura do cavalo, será desclassificado. O vencedor não será quem completar o percurso mais rápido, mas sim quem tiver derrubado menos água e tiver mantido o trote chasqueiro do início ao fim da prova.