A Missa Crioula é uma missa católica, com o mesmo sentido espiritual e religioso, só que com a linguagem adaptada com símbolos gaúchos. 

Foi idealizada na volta dos anos 1960 pelos padres Paulo Aripe e Amadeu Canelas que solicitaram autorização ao então bispo da Diocese que Porto Alegre Dom Vicente Scherer e  ao Papa Paulo VI. 

Mas isso só foi possível devido ao Concílio Vaticano II, ocorrido na volta de 1963, que possibilitou a adaptação da missa católica aos idiomas locais e às linguagens regionais. É importante destacar que até essa época de 63, 64, as missas eram rezadas somente em latim.

Então em 7 de abril de 1967, o Arcebispo aprovou para “ocasiões extraordinárias” o texto da Missa Crioula elaborado pelos padres Paulo Aripe e Amadeu Canelas. Porém a primeira missa foi celebrada no Alegrete em o dia 28 de fevereiro de 1963.

É importante lembrar que os ritos da Missa Crioula eles devem se ater ao texto original e aprovado, inclusive as músicas, os cânticos.

E na Missa Crioula, Jesus Cristo é chamado de “Divino Tropeiro”, Maria ou Nossa Senhora é a “Primeira Prenda Celeste”, o Espírito Santo é o “Divino Candeeiro” e Deus é o Pai Celeste.

A Missa Crioula é cheia de simbolismos gauchescos. O Padre Paulo Aripe vestia a casula, que é aquela veste dos padres, mas por baixo estava com as pilchas. 

No altar ele tinha um cálice de ouro e guampa, uma obra feita pela Matalurgica Abramo Eberle, e essa era um presente que ele havia ganho na sua ordenação sacerdota. E conto que esse cálice deu uma baita polêmica início, mas depois foi aceita pela Igreja.

No lugar das jarras com água e vinho eram utilizadas cambonas feitas de guampa. Candieiros estavam no lugar dos castiçais com velas. E o altar era forrado com um pala rio-grandense.

Tem um momento interessante da missa que é a hora em que é lembrado a Revolução Federalista, o conflito entre maragatos e chimangos. Como um ritual religioso, a missa busca a paz entre os irmãos gaúchos, por isso na hora da oração, são depostas as armas e um lenço branco e um vermelho são entrelaçados numa cruz em sinal de união.

Vale lembrar que a missa crioula, mesmo depois de mais 50 anos, ainda causa controvérsia entre alguns católicos gaúchos. Tem muita gente que não concorda com a mudança nos ritos. 

Também há a Misa Criolla, que é uma obra musical linda com solistas, coro e orquestra, de natureza religiosa e folclórica, onde cada musica tem um ritmo em referência a uma região da Argentina, como chacareca, milonga, chamame… coisa bem linda e foi criada pelo compositor argentino Ariel Ramírez.

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