Há algum tempo um inscrito me pediu quais eram as batalhas que estavam retratadas no lenço farroupilha. Ao todo são 20 datas que remetem a triunfos farroupilhas no período da Revolução.  Então essas 20 batalhas registradas no lenço Republicano, aconteceram entre os anos 1836 e 1841.

– A primeira é Cidade de Pelotas, em 7 de abril de 1836.  É quando a cidade de Pelotas foi tomada pelos Farroupilhas.

– A segunda é Passo dos Negros, em 8 de abril de 1836. Também perto de Pelotas, sobre a praia do Passo dos Negros, no Rio São Gonçalo.

– A terceira é em Campos de Mustarda, em 22 de abril de 1836. Ataque farroupilha nos campos de Mostardas, onde os imperiais perderam 4 Boucas de Fôgo, relativo a canhões. Mais de 30 mortes do lado dos imperiais e 250 prisioneiros..

– A quarta é Rio de São Gonçalo, em 2 de junho de 1836. Essa é considera da primeira batalha naval da Revolução Farroupilha. O local onde ocorreu a batalha hoje é a Chácara da Boca do Arroio, na junção do Arroio Pelotas com o Canal São Gonçalo.

Os farrapos tinham um exército de 800 cavalarianos, 200 homens de infantaria e cinco canhões, com apoio de quatro navios. A frota imperial era equivalente e ainda contava com um barco a vapor. Depois de sete horas de intenso tiroteio, os imperiais batem em retirada. A batalha estava ganha e o objetivo atingido.

– A quinta é Funxal e Cerca de Pedra em Setembro de 1836, dias 07/10 e 11. Os farroupilhas estavam em 65 contra mais de 300. Foram 3 dias de confronto nos Campos do Funchal, Cerca de Pedra e Costa do rio Ibirapuitã.

– A sexta é a memorável Batalha do Seival em 10 de setembro de 1836. Essa é a grande batalha farroupilha. Tem um vídeo especial que eu fiz só sobre o Seival. Para assistir, clique aqui.

– A sétima é Arroio Grande do Herval, em 17 de dezembro de 1836. Nesta batalha o comandante imperial Silva Tavares foi feito prisioneiro, com muitos de seus Oficiais e quase 100 soldados.

– A oitava é na Villa de Rio Pardo em 10 de janeiro de 1837. Bento Manoel combateu alguns alguns ataques próximos a Porto Alegre, rio JacuÌ e Taquari e Camaquã. 10 baixas farroupilhas, 70 imperiais. Grande arsenal de infantaria aprisionado, incluindo duas Bocas de Fogo e a prisão do Tenente coronel Antonio Manoel de Azambuja.

– A nona é na Villa de Cassapava em 7 e 8 de abril de 1837. Prisão de mais de 700 imperiais, os farroupilhas foram liderados por Bento Manoel.

– A décima é nos Campos do Fragata em 10 de abril de 1837. Tomada das vilas e cidades dos nas margens dos rios Taquari e JacuÌ pelos Farroupilhas, provocando a fuga dos imperialistas para Porto Alegre, deixando o resto do Estado para os farrapos, exceto Rio Grande.

Depois dessa batalha Modifica-se a estrutura do exército farrapo em 3 divisões: Direita, agindo em Entre-Rios, Missões e nos campos de Cima da Serra; Esquerda: Piratini e Norte; e Centro: demais localidades. 

– A 11 é na Villa de Cruz Alta, em julho de 1837. Os farroupilhas liderados por João Antonio, atacam uma força de mais de 500 homens de Marechal Barreto e saem vitoriosos.

– A 12 foi na Villa de Triumfo em 20 de Agosto de 1837. Antonio de Souza Netto lidera o ataque a vila de Triunfo, contra 400 homens, saem vitoriosos e Coronel imperial Gabriel Gomes Lisboa acaba morto.

– A 13 foi na Coxilha do Espinilho em 30 de outubro de 1837. Ataque em cima da serra na Coxilha do Espinilho e Costa de Butuy, região de Vacaria. Onde David Canabarro liderou os farroupilhas. 

– A 14 foi na Costa do Inhamduy em 28 de dezembro de 1837. Batalha na localidade de Capela Queimada, sobre a Costa do Inhanduy; onde foram derrotados mais de 500 imperiais.

Essa vitória foi de grande importância, pois abalou moralmente os Imperiais e fortaleceu os Farroupilhas. A região da campanha gaúcha estava toda ela em mão dos farrapos

– A 15 foi na Villa do Rio Pardo em 30 de abril de 1838. Essa é bem famosa. Conhecida também como Batalha do Barro Vermelho. Cerca de 5 mil homens se enfrentaram. Os farroupilhas foram liderados por Bento Gonçalves, Bento Manoel, Antonio de Souza Netto e Domingos Crescencio deram uma sumanta de pau nos imperiais que saíram fugidos pelo Rio Jacuy. Foram mais de 400 baixas imperiais, além de mais de 800 prisioneiros. 

E entre esses prisioneiros estavam a banda militar imperial e o maestro Joaquim Jose Mendanha. Então os comandantes farroupilhas solicitaram pra que ele compusesse uma melodia pra ser utilizada de hino. Em cerca de 1 semana, a melodia estava pronta e é a mesma que ouvimos e apreciamos até hoje no Hino Rio-Grandense.

– A 16 foi na Barra do Camaquam em 17 de abril de 1839. Quem liderou a defesa farroupilha nesse ataque foi o Giuseppe Garibaldi.

– A 17 foi na Villa da Laguna em 22 de julho de 1839. Essa aconteceu em Santa Catarina e envolve aquela baita história da travessia dos barcos por terra do Garibaldi. Os farroupilhas estavam em duas colunas, por terra com Canabarro e Teixeira Nunes, e por mar por Garibaldi. Os farroupilhas vencem, tomam mais dois barcos imperiais e em 29 de julho proclamam a Republica Juliana.

– A 18 foi na Guarda de Santa Victoria em 14 de dezembro de 1839. Uma batalha bem intensa, nas redondezas do então Passo do Inferno como era chamado aquele pedaço do Rio Pelotas. Infantarias e cavalarias se enfrentaram e cerca de 350 farroupilhas venceram mais de 500 imperiais. Entre os combatentes farroupilhas estava Anita Garibaldi.

– A 19 foi em São Felipe em 16 de novembro de 1840. Batalha na região do Cerro do Caverá. Os farroupilhas foram liderados por Antonio de Souza Netto e seus lanceiros. Derrotram os imperiais com facilidade e fizeram mais de 160 prisioneiros.

– A 20, a ultima, em 12 de julho de 1841 nos Campos Neutraes. Ataque imperial comandado por Juca Vieira na Coxilha dos Caneloens, nos Campos Neutrais, que com 200 homens foi derrotada por 80 farroupilhas, comandados pelo Major Domingos Joaquim de Oliveira.

Então essas são as batalhas que estão registradas no Lenço Farroupilha. Por questões óbvias são apenas as que os Farroupilhas tiveram grandes triunfos. Os dados com os números e acontecimentos eu retirei dos livros “Aspectos da Guerra dos Farrapos”, de  Ivar Hartmann e dos Anais do Arquivo Historico do Rio Grande do Sul – Volume 17. Coleção Varela – Guerra Civil no Brasil Meridional 1835 – 1845. 

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