15uando eclodiu a Revolução Farroupilha, nos idos de 1835, as tropas eram basicamente civis armados e comandados por chefes políticos regionais. Não se tinha uma estrutura de forças armadas. Então os combatentes portavam os mais diversos armamentos, de distintas origens, dá pra dizer que basicamente cada combatente peleava com suas armas particulares.

Depois com o tempo, as forças armadas farrapas foram separadas em Exército e Marinha. O Exército tinha 3 pilares: Infantaria, Cavalaria e Artilharia.

A Infantaria utilizava espingardas e carabinas, de modelos Tower e Brown Bless. A maior parte das armas tinha seus canos com alma lisa, calibres entre 15 a 19 mm e ainda eram adaptadas com baionetas. As espadas eram retas e pistolas completavam o arsenal dos infantes.

A Cavalaria utilizava clavinas e mosquetões (mesmo modelo das espingardas, porém com o cano mais curto) como armas de fogo, lanças e espadas como armas brancas.

A lança era a principal arma da Cavalaria que deixou na história a sua marca através das cargas a “pata de cavalo e a pontaços de lança”, tornando-se terríveis e avassaladoras devido a perfeita sincronização homem-cavalo-lança.

Havia vários modelos de lanças, entre elas: lança-punhal modelo brasileiro e a lança choupa losangular e, num número menor, lança cruzeta roliça triangular ou em forma de meia-lua, geralmente uma lança media 2,50 m.

Existem também inúmeros relatos de lanças preparadas com folhas da tesoura de tosquiar ou com facas adaptadas nas extremidades presas com tentos.

As espadas eram retas ou curvas, as primeiras de uso dos oficiais de Infantaria e as segundas de uso dos militares da Cavalaria principalmente as famosas espadas rabos-de-galo.

Também existem relatos da presença de terçados, nome dado ao modelo de espada de lâmina curta, também conhecida como chilfarote, arma de uso individual utilizada pelos musicos farrapos das Fanfarras e Corneteiros.

Outras armas de uso individual eram as pistolas e adagas sendo essas utilizadas nos entreveros, e quando o manejo das armas de cano longo e das lanças se tornava difícil, a maioria das pistolas, pistolões, garruchas e trabucos eram de carregar pela boca.

A Artilharia farrapa utilizava canhões, obuses ,e canhões obuses, tomados do Exército Imperial, suas munições variavam do calibre 6 e 12 mm, mas haviam peças também de calibre 13 e 18 mm. Utilizavam projeteis ocos, cacho-de-uva, cheios e lanternetas.

Os projeteis ocos eram carregados com pólvora fina. Muitas munições eram adquiridas no Uruguai ou fabricadas nas oficinas de polvareiros e espoleteiros, que encontavam-se nos Trens de guerra.

Por último registramos que o laço e as boleadeiras também desempenharam, ao seu modo, o papel de armas e faziam parte do arsenal individual, principalmente dos cavalarianos.

E aí, tche… te surpreendeu o arsenal farroupilha? Uma dica que eu dou é ir conhecer o Museu Farroupilha, lá na histórica cidade de Piratini, que foi a primeira capital da República Rio-Grandense. Recentemente o museu recebeu várias peças históricas como doação de um colecionador particular.

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