Leovegildo José de Freitas, nascido em 19 de junho de 1919 em Porto Alegre, filho de Vergílio José de Freitas e Georgina Santos de Freitas. Tinha 4 irmãos e 4 irmãs. E digo pra vocês que pra ele ser conhecido hoje como Rei dos Trovadores, a vida não foi nada fácil pro Gildo de Freitas. 

Ah… Tem muita gente que acha que o Gildo nasceu no Alegrete, mas na verdade ele possui título de cidadão Alegretense. E os dados pra essa pesquisa foram tiradas do www.gildofefreitas.blogspot.com

Então os relatos nos dizem que o Gildo sempre foi quebra, desde guri. Tanto que fugiu de casa quando tinha 12 anos e depois na época de se alistar pro quartel acabou desertando. Aí se envolveu numa série de brigas e criou aquela rusga com a polícia.

Ele aprendeu a tocar gaita solito e por volta dos 16 anos já era liso num verso que não tinha quem escorasse ele. Aí na volta dos 18 anos já se apresentava animando bailes pela região.

Na volta dos anos 40 as trovas eram muito populares no Rio Grande do Sul e o Gildo como um dos melhores, acabava viajando o estado todo trovando. Aqui é importante a gente lembrar do programa de rádio mais famoso e importante da época que é o Grande Rodeio Coringa.

Em 1949 o Gildo some e chega a ser dado como morto pela capital, mas reaparece bem debilitado em Alegrete, com problema de paralisia nas pernas. Mas a garganta e a mente estão funcionando plenamente e ele segue se apresentando.

Em 1950 ele conhece o Getúlio Vargas e outros importantes figurões da região da fronteira, e até contam que diminuiu as confusões entre o Gildo e as autoridades policiais.

É também na década de 50 que o Gildo conhece o Teixeirinha e daí surge uma baita parceria. Os dois artistas muito talentosos na trova encantavam as multidões e eram os artistas mais populares do estado.

Uma vez o Nico Fagundes disse que nesses desafios os dois poderiam ficar horas trovando e mesmo assim não se teria um vencedor. Infelizmente não temos registros em áudio ou vídeo desses duelos.

Na década de 60, os programas ao vivo de rádio começaram a perder espaço e Gildo larga a profissão de trovador pra ser criador de porco. Mas tu já pode imaginar que isso não deu certo. 

Em 1963, o Teixeirinha grava uma música de autoria do Gildo e seu nome aparece de novo na mídia, tanto que em 1964 ele é chamado pra gravar seu primeiro disco: Gildo de Freitas, o Trovador dos Pampas.  Nesse disco tem clássicos como Acordeona, Baile do Chico Torto e a História dos Passarinhos.

Em 1965 ele grava seu segundo disco: O trovador dos pampas – vida de camponês, onde tem Baile de Respeito que é primeira música do Gildo gravada pra inticar o Teixeirinha.

Depois em 1966, lança mais um disco: Desafio do Padre e o Trovador, que gravou com o Padre Rubens Pillar. Nesse disco tem a música Definição do Grito e mais um eito de provocação ao Teixeirinha.

E nesses meio tempo, o Gildo seguia com 2 problemas: saúde e polícia. Vira e mexe tinha que se hospitalizar aos problemas nas pernas e nos pulmões e também dar uns depoimentos aos milico.

Em 68, grava mais um disco, LP, Gildo de Freitas e Sua Caravana, cheia de respostas e provocações ao Teixeirinha. Da mesma forma, em 69, tem mais um LP, de Estância em Estância.

Entre as décadas de 70 e 80, todo o ano tinha um disco novo do Gildo e também do Teixeirinha, um respondendo as provocações do outro. Isso era uma excelente estratégia para os dois se manterem em evidência. Era uma briga que todo mundo pagava pra ver, ou no caso, ouvir.

Pra gente ter ideia, em 19 anos de carreira, o Gildo gravou 17 discos. Vou deixar a lista completa aqui ao lado e também na descrição do vídeo.

  • 1964 – Trovador dos Pampas
  • 1965 – Vida de Camponês 
  • 1966 – Desafio do Padre e do Trovador 
  • 1966 – Rodeio Gildo de Freitas 
  • 1967 – Gildo De Freitas E Seus Convidados 
  • 1967 – O Rei dos Trovadores ‎
  • 1968 – Gildo de Freitas E Os Taytas – Gauchada De Sul A Norte 
  • 1969 – Gildo De Freitas e sua Caravana 
  • 1970 – Modinhas Sertanejas 
  • 1971 – De Estância em Estância 
  • 1972 – Desafio do Paulista e de um Gaúcho 
  • 1973 – Dupla Alegria dos Pampas 
  • 1974 – O Rei do Improviso
  • 1976 – Mais Sucessos
  • 1978 – Figueira Amiga 
  • 1979 – 20 Anos De Glória ‎
  • 1980 – Os Grandes Sucessos de Gildo de Freitas
  • 1982 – O Ídolo

Em 1982, Gildo termina a gravação de seu último disco e faz suas últimas aparições públicas. No mês de novembro, a convite de seu amigo Nico Fagundes, se apresenta no Galpão Crioulo e essa é a sua última aparição na televisão.

Essa apresentação ficou eternizada, pois mostra o Gildo de Freitas já com a saúde bem debilitada cantando Reconheço que sou um grosso. Mas ele canta com o coração na voz, dá o máximo de si, em respeito a arte e principalmente ao seu público.

Eu vou deixar um pedaço dessa apresentação aqui e o link para a apresentação completa fixada nos comentários.

https://www.youtube.com/watch?v=WnsZVZZkGy8

Como disse, essa apresentação foi em Novembro e no dia 04 de dezembro de 1982, morre o seu Leovegildo em Porto Alegre. O maior dos trovadores ficava eternizado na história do cancioneiro gaúcho. E talvez por coincidência do destino, exatamente 3 anos mais tarde, morre o seu amigo e rival Teixeirinha. 

Por isso, em 4 de dezembro, em homenagem a esses dois grandes artistas, temos o Dia Estadual do Poeta Repentista Gaúcha, pela Lei Estadual 8814, de 1989.

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